Uma "economia", é a maneira segundo a qual as pessoas utilizam recursos para satisfazer seus desejos e necessidades, assim, a economia deveria servir à sociedade.
Aparentemente a idéia atual é que a sociedade serve à economia, pois, à medida que algumas empresas crescem e abrem seu capital, o retorno financeiro ao acionista torna-se o valor mais importante para as organizações.
Essa inversão de valores está implícita na mensagem: "lucro antes, pessoas depois" e tem sua origem no modelo de gestão da era industrial. Na era industrial os principais ativos e impulsionadores da prosperidade econômica eram as máquias e o capital, ou seja, as coisas. Ford resume bem o pensamento vigente na época, quando afirmava que só precisava de dois bons braços, o problema era que o "resto" vinha junto.
Como as máquinas eram projetadas, construídas e montadas de modo a formar um todo de funcionamento sincronizado, o modelo de gestão da era industrial compartimentalizou o indivíduo da mesma proporção em que fragmentava equipamento e processos. Tal fragmentação, no trabalho, definia que bastava ao homem comparecer com o corpo e com o cérebro na empresa, deixando o "resto", na portaria. Bastava que realizasse tarefas sem questionamentos.
Esse modelo de gestão foi influenciado pelo estilo militar de administração e realização. As guerras tiveram influência decisiva sobre a arquitetura social.
Atualmente ao conviver concomitantemente com realidades internas e externas às empresas, o trabalhador do século XXI terá que ser capaz de conciliar os seguintes paradoxos:
1) Adaptar-se a um modelo de gestão que garanta visão antecipatória na geração de vantagens competitivas e retornos acima da média, produzindo cada vez mais com menores recursos.
2) Transformar a melhoria contínua em inovação perpétua.
3) Transformar a ética de retórica em prática.
A sociedade do labor está vivendo uma fase de transição em que, abaladas as tradições antigas, não foram substituídas por tradições novas, essa é a exata definição do termo "crise"
A crise gerada por esse modelo anacrônico de gestão está pondo em risco a perenidade do emprego e a sobrevivência das empresas..
Novos modelos de gestão têm que ser criados baseados na integralidade dos indivíduos, corpo, mente, alma e espírito, considerando suas afetividades, e levando em conta a "percepção de sentido" que está por trás de cada um dos "valores de motivação". O ambiente de trabalho atual, por muitas vezes suprime totalmente o desabrochar do potencial humano. Já que pessoas são seres com várias dimensões, corpo, mente, alma e espírito, as empresas têm que inspirar a busca e a realização do sentido de vida e de princípios.
É necessário inspirar à ética individual, interpessoal e organizacional.
Fonte: MBA FGV
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