As Mestres

Elas
dominavam o mercado até a Revolução Industrial, período que
surgiram obstáculos culturais e econômicos para a sua permanência
nesta função, elevando o homem aos únicos Mestres Cervejeiros. A
partir desta época a cerveja começou a ser tratada como um produto
feito por homens e para homens e, junto com o novo pensamento
cultural que enraizava na época, a mulher passou de cervejeiras à
produtos. O marketing usou este conjunto de permissões culturais e
sociais e transformaram o que seria homofobia e racismo feminino em
uma piada para alavancar as vendas do mercado que então confirmou
ser totalmente masculino. “A mulher não é como se fosse a
cerveja”: é a cerveja. “Está ali para ser consumida
silenciosamente, passivamente, sem esboçar reação, pelo homem.”
Afirma a doutora em sociologia, Berenice Bento. A Coisificação foi
tão intensa que a venda da cerveja através da mulher se tornou algo
natural e cultural, em todas as publicidades podiam se ver a venda da
bebida através do corpo feminino, engarrafando-o e oferecendo ao
homem para o consumo, criando um forte conceito em que as mulheres
existem apenas para servirem aos homens, e como é uma verdade aceita
por todos porque não criar um paralelo? É um massacre simbólico ao
feminino. É uma violência que alimenta e se alimenta da violência
presente no cotidiano contra as mulheres.
O Caminho da Publicidade
Conforme
a enriquecimento cultural, a evolução econômica, novos conceitos
éticos começam se agregar na cabeça dos homens consumidores. As
cervejas “Premium” e as “Artesanais” foram as primeira a
darem passos contrários dessa desgastada fórmula
mulher-consumível. Com o redesenho do marketing perante aos novos
preceitos, a mulher tende a recuperar seu lugar verdadeiro: Mestre
Cervejeira e consumidora.
Escrito por Samuel da Silva, Analista de Marketing.
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