Timepiece:
Caro leitor, você já deve ter
reparado o mais novo lançamento da Apple. Um relógio elegante,
inteligente, preciso e que firma de vez o interesse da marca em
produtos pessoais. Proposto como a “criação mais pessoal até
hoje” o Apple Watch promete unir tecnologia a alta costura,
esbanjando design e estilo.
Antes da apresentação deste dispositivo para
o mercado a Apple contratou nomes fortes ligados à moda e ao design.
Em outubro de 2013, Angela Ahrendts, antiga CEO da Burberry, assumiu
a direção das lojas físicas e online. Ainda naquele mesmo ano,
Paul Deneve, CEO da francesa Yves Saint Laurent, foi chamado para
trabalhar em “projetos especiais”. Além disso em 1992 a Apple já
havia dado o primeiro passo contratando Jony Ive, um designer
britânico que reformulou o design dos produtos para uma estrutura minimalista e
atrativa. O interesse pelo mundo da moda estava ganhando força na
Maçã e foi claramente constatado quando a Apple apresentou uma
versão em dourado do iPhone 5s e demonstrou o dispositivo nos
desfiles da casa Burberry.
No dia que o Apple Watch foi
apresentado para o mundo, foram introduzidos três modelos: O Apple
Watch Sports, mais barato e feito em alumínio custando a partir
de $349,00. Já o modelo entitulado como Apple Watch (próprio
nome do dispositivo) foi feito em aço inoxidável e tela de safira,
mais resistente que o modelo básico, ofertado pelo preço inicial de
$549,00. Por ultimo a opção mais cara, o Apple Watch Edition, feito
em ouro 18 Quilates, ocupando a posição premium da linha, a partir
de $10.000,00.
Estratégia:
Com isso a Apple nos mostrou dois
hábitos muito comuns no mundo do marketing. Um truque para definir
preços é criar três níveis de produtos. No modelo premium, feito
para apenas uma pequena parcela com poder aquisitivo, foi usada a
estratégia chamada de premium pricing ou preço de imagem.
Nela a Apple vende o seu produto a um preço artificialmente alto,
pois o público alvo geralmente acredita que produtos mais caros são
mais desejáveis, ou tem mais qualidade.
Feito isso, além do modelo premium
ela lançou o modelo básico e o intermediário. Esse truque consiste
em fazer a maioria dos compradores evitarem os extremos (o modelo
mais caro e o mais barato), e compram a versão mediana – é o
efeito isca. Tendo isso como base, podemos analisar toda a estrutura
de atendimento e relacionamento da empresa junto aos seus clientes
como um todo.
O consumidor comum que não tem verba
o suficiente para adquirir um Apple Watch Edition vai ser tratado da
mesma forma do cliente que tem condições para tal. Com a atenção
semelhante até para manusear e vestir. Com base na estratégia
de marketing, esse comprador pode não adquirir o modelo exclusivo,
mais irá optar pela versão inferior. Basicamente a empresa
transformou a visita na Apple Store em uma experiência “de luxo”
e não somente mais uma visita a uma loja de eletrônicos. Vemos isso
em diversos tipos de produtos: Carros, roupas, joias, perfumes e
muitos outros. Na Victor Hugo, por exemplo: Podemos encontrar modelos de bolsas caríssimas, feitas em couro legítimo, custando acima de 10mil reais, voltada para nichos muito específicos. Mas essa mesma bolça ajuda a fortalecer a marca como
exclusiva e por meio dela a vender modelos mais baratos para a massa.
Escrito por Samuel da Silva, Analista de Marketing.
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