quinta-feira, 16 de abril de 2015

Apple rumo a "outros tempos"

Timepiece:


Caro leitor, você já deve ter reparado o mais novo lançamento da Apple. Um relógio elegante, inteligente, preciso e que firma de vez o interesse da marca em produtos pessoais. Proposto como a “criação mais pessoal até hoje” o Apple Watch promete unir tecnologia a alta costura, esbanjando design e estilo.

Antes da apresentação deste dispositivo para o mercado a Apple contratou nomes fortes ligados à moda e ao design. Em outubro de 2013, Angela Ahrendts, antiga CEO da Burberry, assumiu a direção das lojas físicas e online. Ainda naquele mesmo ano, Paul Deneve, CEO da francesa Yves Saint Laurent, foi chamado para trabalhar em “projetos especiais”. Além disso em 1992 a Apple já havia dado o primeiro passo contratando Jony Ive, um designer britânico que reformulou o design dos produtos para uma estrutura minimalista e atrativa. O interesse pelo mundo da moda estava ganhando força na Maçã e foi claramente constatado quando a Apple apresentou uma versão em dourado do iPhone 5s e demonstrou o dispositivo nos desfiles da casa Burberry.
No dia que o Apple Watch foi apresentado para o mundo, foram introduzidos três modelos: O Apple Watch Sports, mais barato e feito em alumínio custando a partir de $349,00. Já o modelo entitulado como Apple Watch (próprio nome do dispositivo) foi feito em aço inoxidável e tela de safira, mais resistente que o modelo básico, ofertado pelo preço inicial de $549,00. Por ultimo a opção mais cara, o Apple Watch Edition, feito em ouro 18 Quilates, ocupando a posição premium da linha, a partir de $10.000,00.


Estratégia:


Com isso a Apple nos mostrou dois hábitos muito comuns no mundo do marketing. Um truque para definir preços é criar três níveis de produtos. No modelo premium, feito para apenas uma pequena parcela com poder aquisitivo, foi usada a estratégia chamada de premium pricing ou preço de imagem. Nela a Apple vende o seu produto a um preço artificialmente alto, pois o público alvo geralmente acredita que produtos mais caros são mais desejáveis, ou tem mais qualidade.
Feito isso, além do modelo premium ela lançou o modelo básico e o intermediário. Esse truque consiste em fazer a maioria dos compradores evitarem os extremos (o modelo mais caro e o mais barato), e compram a versão mediana – é o efeito isca. Tendo isso como base, podemos analisar toda a estrutura de atendimento e relacionamento da empresa junto aos seus clientes como um todo.


Consumidor:


O consumidor comum que não tem verba o suficiente para adquirir um Apple Watch Edition vai ser tratado da mesma forma do cliente que tem condições para tal. Com a atenção semelhante até para manusear e vestir. Com base na estratégia de marketing, esse comprador pode não adquirir o modelo exclusivo, mais irá optar pela versão inferior. Basicamente a empresa transformou a visita na Apple Store em uma experiência “de luxo” e não somente mais uma visita a uma loja de eletrônicos. Vemos isso em diversos tipos de produtos: Carros, roupas, joias, perfumes e muitos outros. Na Victor Hugo, por exemplo: Podemos encontrar modelos de bolsas caríssimas, feitas em couro legítimo, custando acima de 10mil reais, voltada para nichos muito específicos.  Mas essa mesma bolça ajuda a fortalecer a marca como exclusiva e por meio dela a vender modelos mais baratos para a massa.

Escrito por Samuel da Silva, Analista de Marketing.


0 comentários:

Postar um comentário