quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Projetos x Operações ?


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De acordo com as principais práticas e metodologias de gerenciamento de projetos (PMI, Prince2, ISO 10006 e IPMA) pode-se definir:

- "Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto ou serviço único".

Diz as melhores práticas que os gerentes de projetos não devem ter dificuldade para realizar a transição de um projeto para a operação, isso deve ser algo transparente e rotineiro para todos os envolvidos.

Entretanto começam a surgir dúvidas como: Quando você e sua organização devem transformar o projeto em um processo operacional? Como transformar um projeto em uma operação ou parte das operações? Especialmente quando você está em um ambiente onde a organização tem um ritmo rápido e às vezes frenético?

Vamos mais uma vez analisar as melhores práticas e ver o que dizem sobre "Projetos x Operações":

Projeto

1) Original e Temporário
2) Têm seu próprio objetivo e equipe
3) Oferece um produto ou serviço único
4) Equipe heterogênea
5) Foco na eficácia

Operações

1) Repetitivos e Contínuo
2) Semi-permanente: objetivo e equipe
3) Gerenciar "status"
4) Entrega de repetitivos produtos ou serviços
5) Equipe homogênea
6) Foco na eficiência

Realmente tudo isso pode ser evitado com o planejamento. Apesar deste ser considerado o mais importante de todos os processos de gerenciamento de projetos, podemos dizer que é a etapa que mais sofre durante um projeto, seja por ser uma ordem de cima para baixo, por falta de recursos ( pessoas ou financeiro) ou até pelo simples fato das pessoas fazerem uma auto avaliação  de que o projeto é simples, desnecessário ou por considerar que não será beneficiada diretamente pela implementação do projeto.

A maioria dos gerentes de projeto, se não todos, sabem que o planejamento é extremamente importante. Mas, em uma mente de execução definida pode-se vacilar. Seja trabalhando rapidamente para trazer algo para a vida que irá abordar a necessidade única, porém você definiu-o como parte de seu planejamento?

O planejamento é, obviamente, onde grande maioria dos gerentes de projetos caem. Porém isso não quer dizer que os mesmos não tenham feito um planejamento, claro que fazem. Mas provavelmente não documentam no plano sobre a movimentação do projeto para as operações. Nada além de um item a ser incluído em um plano formal e uma linha para dizer que seria integrado  dentro das operações.

Se 90% de um tempo de gerentes de projeto está em comunicação, é importante ter um plano completo para se comunicar. Ao quebrar a estrutura de trabalho em pacotes para se comunicar com as unidades de negócio relevantes, sobre a forma de como eles vão integrar o projeto a operações, estaremos comunicando o projeto ao dia a dia da operação. Isso deve ser realizado no início de um projeto e não no momento de realizar a transição, assim evitaremos de realizar um mini projeto adicional e aumentar o esforço para entrega-lo.

Vale o esforço para realizar isso no início, caso contrário teremos algumas perguntas: O planejamento feito para integrar o projeto a operação condiz com o processo atual? Como evitar tornar-se um gerente de operações? Ou você já planejou fazer isso?

Estas são questões vitais para perguntar, para planejar e se comunicar com seus stakeholders. Vale a pena e, no final, você vai ser um melhor gerente de projeto para ele, além de sua unidade de negócios ser mais ágil e estruturada para receber essa nova demanda.

A sua organização sofre com a transição do projeto para operações?

Como você pode mitigar e gerir a transição?

Diogo Carriço Jr.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

EFEITOS DA RETRAÇÃO

Produção brasileira de aço acompanha o ritmo lento
 da indústria em geral e pode fechar com queda de 2,8%




A diminuição do ritmo de crescimento da economia, observada ao longo dos últimos meses, tem acarretado sistemática queda do nível de atividades da indústria de um modo geral, com fortes impactos sobre a indústria do aço. Dados do IBGE indicam que a indústria acumula queda de 2,8% no primeiro semestre do ano, abrangendo, presentemente, 21 dos 26 setores pesquisados. Dentre esses, incluem-se os intensivos no consumo de aço, alguns mostrando índices de retração de dois dígitos. São inevitáveis os efeitos negativos sobre a demanda interna de produtos siderúrgicos.

Sem expectativas de mudanças significativas no cenário de curto prazo, o Instituto Aço Brasil estima, para 2014, uma produção de aço bruto de cerca de 33,3 milhões de toneladas, queda de 2,5% se comparada à de 2013. As vendas internas devem atingir 21,7 milhões de toneladas, representando redução de 4,9% enquanto o consumo aparente, estimado em 25,3 milhões de toneladas de produtos , será 4,1% menor. O consumo per capita de aço do Brasil permanece praticamente estagnado da ordem de 130 kg/hab/ano, pouco mais da metade da média mundial. A utilização da capacidade instalada de produção do setor permanece abaixo de 70%.

No comércio externo o cenário é também desfavorável diante de uma excedente de capacidade de produção mundial da ordem de 600 milhões de toneladas de aço bruto, que corresponde a mais de doze vezes a capacidade de produção do Brasil. O mercado internacional de produtos siderúrgicos caracteriza-se, presentemente, por uma competição acirrada, com forte influência de práticas de comércio desleal, que  acarretam deterioração dos preços, desvios de comércio e nova onda de barreiras. Observa-se, desse modo, fortes limitações aos esforços das empresas para o aumento das exportações, que devem continuar abaixo da média histórica e, no sentido contrário, uma pressão crescente das importações, tanto diretas como indiretas, que se mantêm em níveis elevados.

No mercado interno, há grandes dificuldade para resolver os entraves associado às questões tributárias e trabalhistas, deficiências de infraestrutura e logística, burocracia, instabilidade de regras e outros tantos problemas que reduzem a competitividade do setor industrial, retardam sua recuperação e vêm minando o nível de confiança e capacidade de atração de investimentos do País.



COMO SE REINVENTAR?

Um dos caminhos é identificar vantagens competitivas em relação aos concorrentes, especialmente os estrangeiros, mapeando insights juntos a clientes internos e externos que ajudem a virar o jogo.

Motivação exige incentivos, clima favorável e apoio das lideranças. As inovações rápidas e contínuas dependem da ampliação e interação do conhecimento dos indivíduos. Para isso, é necessário que os departamentos e as equipes atuem de maneira integrada e deixem de lado as disputas de poder dentro da organização. Entregar produtos de valor ao cliente final, com a eficiência desejada, exige que a cadeia interna funcione bem. Conhecer bem os funcionários é condição fundamental para mantê-los motivados e afinados com os interesses da empresa. É um processo que depende de qualidade de vida, liderança transformadora e planos de carreira com remuneração competitiva. Para inspirar as pessoas a derem o melhor de si, assumir riscos, pensar e atuar de forma empreendedora, é preciso que as lideranças fomentem sistematicamente a mobilização interna.





Fonte: Revista da ABM 

Adaptado por: Tiago Nunes.



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Qual é o seu produto?

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Conceitos que se aplicam a produtos e pessoas

Geralmente, quando se participa de um curso ou palestra sobre técnicas de vendas é bem possível que você veja, logo nos primeiros slides, alguma coisa dizendo que somos todos vendedores. Desde que nascemos, pois vendemos nossas idéias, nossa imagem e até mesmo a aceitação de nossa presença.

Embora eu perceba que a atenção a este conceito esteja muito mais presente na teoria que na prática, concordo com ele plenamente. A verdade é que sempre estamos vendendo algo. E, em troca do que oferecemos, muitas vezes queremos receber não apenas ‘dinheiro’, mas aceitação, concordância, credibilidade, enfim.

Quando eu percebi isso, quis me aprofundar um pouco mais no entendimento do que é que nós realmente ‘vendemos’ para o mundo e para a sociedade. Pois, se venda pressupõe uma troca, qual é o nosso produto? E o que queremos receber por aquilo que ofertamos?

Cheguei a conclusão de que cada um de nós tem vários ‘produtos’ que nos assemelham ou nos distinguem dos demais seres humanos. E que trocamos o estilo de ‘vendê-los’ o tempo todo, de acordo com o cenário e a situação. Para nossos cônjuges vendemos a certeza de ser a melhor opção pra passar o resto da vida; em um Happy Hour, nos preocupamos o tempo todo em passar a imagem de sermos altamente sociáveis e desinibidos. Em fim, Sempre que há uma situação de relacionamento ou interação, estamos procurando ‘vender’ algo para alguém. E eu nem falei dos produtos e serviços que vendemos ou entregamos pela empresa em que trabalhamos.

Aliás, e para as empresas, o que vendemos?

A resposta talvez represente o principal bem que possuímos. Pelo qual somos diretamente remunerados e avaliados: a nossa mão de obra. Sim, muita gente não pensa, mas nosso grande produto, aquele que é comparado o tempo todo com produtos concorrentes e substitutos, é a nossa capacidade de retribuir e superar todo o investimento que é feito em nós, na troca por um bom serviço prestado.

Esse conceito fica engraçado quando começo a comparar a mão de obra com produtos ‘normais’ (bens ou serviços). Veja:

Supomos que somos vendedores de uma indústria de medicamentos, que acabou de lançar um remédio para controle da hipertensão arterial. E nós seremos responsáveis por introduzir o novo produto na região em que atuamos.
Geralmente, o primeiro passo é identificar um potencial comprador com necessidade do produto que ofertamos. E em seguida, tentar o primeiro contato e, muitas vezes, enviar um material de apresentação bem elaborado e instrutivo. A intenção é conseguir uma oportunidade para uma visita onde se pretende apresentar melhor o produto.

Daí pra frente, em cada contato estabelece-se aos poucos uma familiaridade entre o produto e a necessidade do cliente. E as características e benefícios precisam atender aos anseios do consumidor. E para isso, o vendedor apresenta cases de sucesso do produto em outras empresas semelhantes.

Quando procuramos um emprego, primeiramente identificamos empresas com vagas em aberto relacionadas ao nosso perfil. Fazemos um contato pra saber quem é a pessoa certa, revisamos nosso currículo e enviamos. A esperança é que, ao ser analisado, seu currículo provoque no entrevistador a curiosidade para agendar uma entrevista pessoal.

Na entrevista o candidato precisa convencer seu ouvinte de que tem condições de ocupar o cargo. Para isso, fala de suas características, de sucessos que outras empresas tiveram em contratá-los e quais são suas habilidades.

As semelhanças não param por ai.

Mas vou me ater ao que tem maior influência para alcançar e manter o sucesso, seja de um produto (bens ou serviços) ou do ‘nosso produto’. Que é a capacidade de inovar e se reinventar o tempo todo.

Produtos passam por alguns estágios antes de se tornarem obsoletos: desenvolvimento, introdução, crescimento, maturidade e declínio.

Antes de ser lançado ao mercado, o produto passa por um processo de desenvolvimento. Após surgir a ideia, a empresa inicia uma etapa de estudos de viabilidade e criação. Neste momento, ainda não há vendas.

Esta fase corresponde há nossa infância, quando ainda não sabemos ao certo – e nem nos preocupamos em saber – o que seremos quando crescer. Por enquanto, experimentamos várias coisas e absorvemos diversas informações. Neste momento, ninguém espera muita coisa de nós, e nossos erros e limitações são mais facilmente aceitáveis e compreensíveis.

Voltamos ao produto, em seguida ele entra na fase de introdução, quando é lançado ao mercado. Tem-se nesta etapa um custo bem maior, envolvendo divulgação e distribuição, pois ainda acontecem apenas algumas vendas.

Para as pessoas, esta etapa representa o momento de assumir as primeiras responsabilidades e desafios. Talvez equipara-se à adolescência. Pois, agora começamos a receber olhares mais analíticos e críticos por parte de colegas de grupo e familiares. Por isso, surge a preocupação em provar – mesmo que talvez só na nossa cabeça – que já aprendemos o suficiente pra garantir a sobrevivência. Por isso é comum nesta fase a ideia de que ‘pais não sabe de nada, quem sabe é agente’.

Agora o produto chega na fase de crescimento. As vendas já são maiores, o ‘ponto de equilíbrio’ do investimento já foi atingido, e a preocupação é assegurar a maior fatia possível do mercado.

E, aquele ex-adolescente, acaba de passar pelos 18 anos de idade. Foi recentemente contratado, após um período de estágio, em uma boa empresa. Já provou para para si mesmo e para a empresa que é capaz de alcançar seus objetivos e ser um bom funcionário. Ele faz alguns cursos para aprimorar seus conhecimentos, garantir a permanência no cargo que ocupa, e, quem sabe, alcançar um posto superior na organização.

Aos poucos percebe-se que já não é possível conquistar maior participação no market share, e o produto chega na fase de maturidade. O crescimento das vendas já é perto de zero. A margem de lucro não aumenta e, em alguns casos, até diminui, pois a empresa passa a investir mais em propaganda ou ações para garantir o patamar alcançado pelo produto e impedir que outras empresas ‘mordam’ um pedaço deste ‘bolo’. A ameaça é grande, pois, se não bastasse novos produtos concorrentes lançados ao mercado todos os dias, o comportamento do consumidor muda de um dia para outro.

Na sequência, o produto atinge a fase de declínio. E as vendas diminuem até que seja mais inteligente retirar o produto do mix.

Para as pessoas, a fase de maturidade é um grande ‘divisor de águas’. A idade já passou pela casa dos 30 há algum tempo. Já se acumula muitos anos de experiência e o carimbo de algumas empresas na carteira de trabalho. Seus parceiros já estão tão acostumados com a mão de obra que oferecem, e já não esperam muitas novidades. O pensamento em geral é que, se até agora não alcançou o almejado cargo mais superior da empresa, é melhor fazer bem feito o que sempre fez e assegurar o cargo atual até que chegue a aposentadoria.

Neste momento, é preciso encontrar motivação para se reinventar de alguma forma, para que o nosso ‘produto’ – a nossa mão de obra – não se torne obsoleta e sejamos eliminados do mercado. A busca por uma nova carreira que permita compartilhar o conhecimento adquirido pode ser uma boa saída. Como professor ou consultor, por exemplo.

Em suma, é preciso cuidar o tempo todo do nosso principal produto, aquele que só depende de nós. É preciso reinventá-lo e inová-lo constantemente. E, para isso, vale até utilizar técnicas e conceitos aplicados à gestão de produtos.
O grande desafio é se preocupar com qual produto estamos oferecendo ao mercado, e como. E, sobretudo, não deixar que chegue o seu declínio.


Davson dos Anjos