segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

MCC - Matriz de Classificação de Clientes

Eu inicio este artigo fazendo um desafio: você que está lendo é capaz de nos dizer o nome de um produto ou empresa que tenha 100% de participação no mercado (market share)?

Se sim, deixe seu comentário abaixo deste post e, por favor, tente me convencer que está certo.


Eu digo isto por que, em qualquer mercado, não para de crescer o número de empresas e a quantidade de produtos à disposição dos consumidores. Seja qual for o segmento. Além disso, temos ainda, a variação do comportamento de cada consumidor, com suas individualidades e preferências. E tudo isso contribui para o fracasso de vendedores - experientes ou não - ao se perderem tentando atender à todos os clientes de sua lista, na tentativa desesperada de conseguir vender o suficiente para atingir sua meta empresarial. 

E, na famosa reunião de final de mês, para justificar o mau desempenho, ele diz que  seu mercado de atuação ou sua carteira de clientes ‘não presta’. 

Quando, na verdade, a desorganização e ânsia de querer atender a todos acaba impossibilitando de ver quais são os melhores clientes, com os quais deve investir o seu tempo e atenção.

Por isso, é uma utopia acreditar que um vendedor consiga atender à para todos os clientes que compõem o seu mercado, e muito mais vender para todos eles. 
Mas então, como melhor organizar o processo de atendimento desses clientes para buscar melhores resultados?

O primeiro passo e reconhecer a impossibilidade de atender à uma quantidade muito grande de clientes. Por isso, é papel da organização definir corretamente o tamanho do mercado que quer alcançar e a quantidade de pessoas necessárias para a  execução de um bom trabalho, atendendo a todos com a mesma qualidade e atenção.

Além disso, é preciso identificar onde e como os esforços deverão ser melhor aplicados e aproveitados, pois cada cliente tem uma característica impar e uma condição diferente de compra. 

Pois, o que é melhor,  um cliente com  excelente condição financeira, com capacidade de uma grande compra, mas que só vai efetuá-la  no próximo semestre; ou um cliente de baixo volume, mas que esta interessado em realizar uma compra imediatamente, para iniciar um relacionamento com sua empresa?

Bem, embora a melhor resposta dependa da estrategia comercial de cada empresa, eu penso que cliente bom, é cliente que compra. Por isso, eu ficaria com a segunda opção.

Mas vamos falar agora sobre um ferramente administrativa de vendas que, a pesar da simplicidade, é fundamental para o bom aproveitamento do tempo e a otimização da força de vendas: é a "Matriz de classificação de clientes - MCC".

Esta ferramenta se aplica perfeitamente a qualquer processo de venda ativo: telemarketing, vendas externas (B2B ou B2C), e qualquer outra modalidade em que se faz necessária a eficácia no gerenciamento de uma carteira de clientes. 

Embora os dias continuem tendo as mesmas 24 horas de 300 anos atras, 'tempo' é um recurso cada vez mais escarço. As pessoas têm que dividir o seu dia entre questões pessoais, profissionais, afetivas, e por ai vai. Agora pense no dia de um vendedor ou telemarketing, que recebe da empresa uma carteira abarrotada de clientes de todos os tipos e regiões. E ele precisa atingir altos números de vendas para bater a meta imposta pela empresa. O que ele mais precisa é de tempo, pra atender o maior número de clientes possível.

Certo?

Errado. E é aí que está o 'pulo do gato': como sabemos, é impossível que uma pessoa esteja em mais de um lugar ao mesmo tempo. Portanto, é preciso atender um cliente de cada vez. E como os resultados precisam ser imediatos, é importante dar maior atenção aos clientes com melhor perspectiva de fechar negócios. Claro, sem esquecer os demais. Mesmo os que não apresentam uma chance imediata de compra. Mas, cada um com sua respectiva prioridade.

Principais benefícios da Matriz de classificação de clientes:

1.     Maior conhecimento da carteira de clientes. 
o    A perfeita administração da relação de clientes através da "MCC" permite uma melhor interpretação visual das oportunidades existentes em cada região. 
2.     Otimização do esforço.
o    Por permitir melhor conhecimento sobre a relação de clientes atendidos, a "MCC" auxilia na identificação dos principais clientes, permitindo dedicar a estes maior esforço e atenção.
3.     Mapeamento do potencial de cada região.
o    Esta ferramenta facilita o entendimento do potencial financeiro ou estratégico de cada região. Auxiliando na tomada de decisões estratégicas, como ações específicas ou abandono da região.
4.     Acompanhamento do desempenho do vendedor.
o    Sabendo o potencial de cada região fica muito fácil traçar um comparativo entre o desempenho do vendedor versus a demanda de cada região ou lista de clientes. Tanto para identificar pontos de melhorias necessárias como definir metas.

Vamos á ferramente: "MCC"

ideia, como falamos, é bem simples. A listagem de clientes deve ser classificada de acordo com o potencial de compras ou estratégico de cada cliente. Sendo:

CMP – CLIENTES DE MAIOR POTENCIAL: São clientes com chances reais e eminentes de efetuar uma compra – seja ela de qual valor for.  Ilustrando com um jogo de futebol, é como um bola rolando encima da linha e você precisa ‘colocar pra dentro do gol’.
CBP – CLIENTES DE BAIXO POTENCIAL: São clientes que tem uma demanda pelo seu serviço/protudutos, quer manter o contato e, provavelmente, deve comprar em algum momento, não especificado.
CMV - CLIENTES DE MAIOR VALOR: São cliente cujo potencial de valor e volume faturado por pedido seja muito grande diante dos demais. Multinacionais, podem ser um exemplo disso (dependendo do produto que você vende.
- CVE - CLIENTES DE VALOR ESTRATÉGICO: Clientes com grande representação no mercado, com independente do potencial de faturamento, e que representa uma grande força estratégica. Como, por exemplo, ajudar na introdução de um produto em determinada região; ajudar na estratégia junto a outro cliente – influenciando como um case (servindo de referência ou como ameaça), ou apenas para assegurar a partipação de mercado conquistada.
CVN - CLIENTES DE VALOR NEGATIVO: São clientes com chance muito escarça de fechar pedido, por falta de interesse, sem condição financeira, ou simplesmente não dá andamento na negociação (nunca atende, por exemplo). Esse tipo de cliente só nos faz perder o tempo que teriamos para atender às categorias, ou prospectando novos clientes.

Para escalonar a real ordem em que vamos dar maior prioridade de atenção e esforço, é fundamental entender que esta matriz nada tem à ver com valor de faturamento, apenas considera o potencial do cliente efetuar uma compra ou auxiliar na realização de outras. Por isso, eu diria que a ordem ideal seria:
1.     CMP – Por serem clientes bem próximos de concluir o pedido – seja qual for o valor. É preciso estar atento à frequencia de visitas/ligações necessárias para estes clientes, e ver o que precisa ser feito para que a venda seja realizada.
Provavelmente, esta fatia não deve superar 5 à 10% do seu mailing.
2.     CBP – estes são clientes que em algum momento poderão efetuar uma compra, por isso, precisamos ficar de olho nessa categoria, evitando que esta possibilidade seja desfeita, e tomando ações para que se torne um ‘CMP’.
3.     CMV – Realizar uma venda para clientes dessa categoria pode ‘salvar’ a meta do mês. Mas, veja que, embora ofereça grande volume potencial, esta categoria abriga clientes com poucas chances de comprar em um curto prazo de tempo. Do contrário, seria um “CMP’ ou ‘CBP’.
4.     CVE – Fique atento às oportunidades que este cliente oferece. Avalie a possibilidade de um esforço de desconto no preço ou alguma ação pontual para ter seu produto/serviço no portifólio deste cliente. Mas entenda e avalie a necessidade e benefícios de cada ação.
5.     CVN – Não dê prioridade a esta parcela de clientes. Veja acima todos os outros que estão esperando um contato seu, querendo conhecer melhor seu produto.
O que você acha de eliminar estes clientes da sua lista? Há quem defenda essa ação, mas eu acho melhor que você apenas diminua consideravelmente a quantidade de contatos ou o esforço que gasta com esta parcela de sua carteira. Não se assuste se ela representar cerca de 80% deles.

Durante o processo você vai ver o quanto é difícil dizer ‘não’ para alguns clientes, mas verá também o quanto isso é necessário.

Ah! Deixei no link abaixo uma cópia da matriz que utilizo, apenas para ilustrar como funciona na prática.

Clique para baixar: MATRIZ MCC.



“Concedei-nos Senhor, serenidade necessária,
para aceitar as coisas que não podemos modificar;
Coragem para modificar aquelas que podemos e
Sabedoria para distinguirmos umas das outras.”

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