quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Empreendedor: cargo ou atitude?

Como aproveitar práticas empreendedoras para impulsionar sua carreira.

Como diria nosso polêmico ex-presidente 'Lula' - 'Nunca antes, na história deste pais'... se falou tanto sobre o tema 'empreendedor', que, segundo o dicionário 'Michaellis', uma das definições é: aquele "que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum; ativo, arrojado."

Segundo o DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração do Governo Federal), só no ano de 2014 o Brasil registrou a abertura de 530.566 novas empresas, enquanto que 278.635 foram extintas. (não estão incluídos os números referentes ao Microempreendedor Individual).

Só até aqui temos 809.201 pessoas (no mínimo) que - recapitulando a definição de 'empreendedor' acima descrita - decidiram se aventurar à realização de algo muito difícil, principalmente no nosso país, que é ser dono de uma empresa. 

Se temos de um lado os empresários, temos também aquelas pessoas que, por escolha própria ou circunstancial, atuam como funcionários nas organizações. Essa é, sem dúvida, a grande maioria da população.

Segundo Chiavenato (2007), todo aquele que tem iniciativa e consegue 'fazer as coisas acontecerem' pode ser considerado um empreendedor, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades.

Sendo assim, acredito que aquele que conseguir encarar a gestão de sua carreira profissional como um empreendimento vai, certamente, obter maior sucesso em relação aos demais, que apenas ocupam um cargo ou uma função, sem ao menos se preocupar com as estratégias da empresa em que trabalha.

Por isso, vamos elencar alguns pontos sobre como dar um novo rumo a carreira e valorizar sua imagem como profissional, baseando-se em atitudes empreendedoras.

  • Ter o "olho do patrão".
Este termo é muito conhecido no mundo corporativo, embora pouco executado na prática.
Isso por que o mais comum as pessoas enxergarem a empresa apenas pelo lado do lucro gerado aos donos, sem considerar toda a responsabilidade de recai sobre eles.

Por isso é importante se preocupar com a participação que o seu cargo ou função tem no desenvolvimento da empresa, mesmo que ela não seja sua. Além disso, você precisa se preocupar em tornar o negócio sustentável. Isso requer observar oportunidades de redução de custos afim de gerar maior rentabilidade ao negócio, se preocupar com a imagem que os clientes e a sociedade tem da empresa, entre outras práticas, geralmente adotadas por quem é dono do negócio.

Ter o 'olho do patrão' é entender que o seu sucesso pode estar totalmente relacionado ao sucesso da empresa em que trabalha. Imagine um profissional buscando recolocação, que tem no currículo a passagem por diversas organizações que faliram. No mínimo, se o novo empregador for supersticioso, não vai se quer chamá-lo para entrevista, pra não dar azar.
  • Ser inovador no que faz:
Procure sempre novas formas de fazer melhor o que você já faz. Pense 'fora da caixinha'. Observe tudo ao seu redor. Atue como um agente de mudança da organização. Seja inconformado com as coisas que precisam ser mudadas. Sempre há uma possibilidade de melhorar algo que já existe. Tenha espirito de iniciativa e paixão por realizar novos projetos. Identifique cada oportunidade de gerar mais lucro ou resultado positivo em cima das metas que você tem, ou, melhor ainda, das metas que a empresa tem em seu planejamento estratégico.

Alias, este é o próximo ponto:

  • Tenha um PE (Planejamento Estratégico) pessoal.
Um PE empresarial é bem complexo pode demorar meses ou anos para ser formatado. Você não precisa detalhar tanto. Mas, o importante é que você seja capaz de fazer uma auto análise identificando seus pontos fortes e fracos, (como aproveitar suas virtudes da melor forma possível e como evitar ou eliminar seus pontos fracos). Defina sua 'missão' (que seria o que você quer ser ou oferecer ao mundo em que vive), e defina também suas metas pessoais.
Neste momento, para quem tem condições, vale muito a penas recorrer ao auxílio de um Coach ou alguém formado em psicologia ou gestão de carreiras. Se não tiver condições, talvez uma conversa com o pessoal do RH possa funcionar.
Revise sempre este planejamento, pois deve ser reavaliado sempre que estiver te levando pra longe daquilo que você quer pra você mesmo, ou quando o cenário mudar.
  • Adquira habilidades de liderança:
 É preciso desfazer, o quanto antes, a dependência que você tem de outras pessoas. Não que isso seja prejudicial, mas se arriscar a fazer algo sozinho pode abrir novos horizontes de conhecimento. E as empresas valorizam muito isso.


Tenha atitudes de liderança. Ai você vai dizer: '- Como posso ter atitude de liderança se meu cargo é totalmente operacional?" Pois saiba que sempre que há uma possibilidade de contato com outra pessoa existe uma possibilidade de exercer liderança. Liderar é muito mais que apenas 'chefiar' ou delegar. É saber questionar quando algo estiver errado; é saber colocar e defender suas opiniões - persuadir outras pessoas; é saber julgar situações baseado em dados históricos, por isso é importante saber organizar informações.

  •  Seja perito no que faz:
Procure aprender, realmente, tudo o que lhe é ensinado, sem se preocupar se vai ou não ter utilidade em algum momento. Conheça 100% da empresa e dos produtos ela oferece ao mercado, mesmo que você não atue na área de atendimento ou vendas. Quanto maior o seu 'know how', maior é o seu valor para a organização (claro que sabedoria sem pratica é o mesmo que ignorância, seu conhecimento precisa ser útil no seu dia a dia). 

Use o que você sabe para auxiliar seus parceiros internos e externos. Procure aplicar o aprendizado que teve ao longo da vida na sua prática profissional, recorra a sua formação acadêmica, cursos realizados e situações vividas em outras organizações.
  • Network:
Crie e conserve uma boa rede de relacionamentos. Existem vários recursos para armazenar telefones, emails, etc, e manter contato com as pessoas.
Não apenas 'esteja' disponível, mas 'seja' uma pessoa disponível. Haja sempre como um consultor, porém, sem pedir nada em troca. Sempre que puder ajudar em algo, que não prejudique seu desempenho, ajude. Pois você nunca sabe de quem vai precisar um dia. E esse é o fundamento do network. 
Não 'desapareça'. Faça contatos periódicos com pessoas da sua rede de relacionamento. Datas comemorativas e aniversários devem sempre ser lembrados. E mais importante, "não se reprima" - procure sempre fazer amizades por onde passar.

  • Marketing:
Assim como as empresas se preocupam com a divulgação de seus produtos, e também a percepção que os clientes tem da sua marca, preocupe-se com seu marketing pessoal. E aqui vão algumas dicas:
  • Tenha uma preocupação especial com o modo como se veste e o palavreado que utiliza no ambiente profissional;
  • Não tenha medo de divulgar seus trabalhos e suas realizações dentro da empresa. Pois, 'quem não é visto, não é lembrado'. Mas faça sem nenhuma intensão de ser exibido ou bajulador. O efeito pode ser totalmente contrário ao pretendido.
  • "Quem não se comunica, se estrumbica" - saiba apresentar suas idéias de forma organizada. Adiquira habilidades de apresentação em público. Cursos de teatro , cando e oratória são bem indicados para esta parte.
  • Seu currículo é um material fundamental na hora de procurar uma recolocação profissional. É como se fosse o seu 'mídia kit' ou a propaganda do que você tem a oferecer. Cuide para que esteja sempre legível, interessante e represente realmente o seu histórico.
  • Redes sociais - procure conhecer a característica de cada rede social para não confundir a razão de ser de cada uma delas. Por exemplo, o 'Linkedin' é extremamente mais formal do que o 'Facebook'. Lembre-se que, cada vez mais, as empresas vasculham as redes sociais dos funcionários para conhecer seu 'outro lado' e a forma como se comporta fora da organização.
Enfim, ser empreendedor não significa somente ter o cargo de 'dono da empresa'. Ser empreendedor é ter uma série de atitudes com a intenção de colaborar com a organização em que atua e construir um mundo melhor de se viver.

Seja empreendedor em tudo o que faz.

Autor: Davson dos Anjos


Fontes:

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Questionar velhos conceitos abre caminho para a inovação


Ao desafiar o antigo conceito de que o compressor de refrigeração é aquela bola preta que fica atrás das geladeiras e simplesmente distribui o gás refrigerado da mesma forma desde o início do século passado, a Embraco S.A. colocou-se na dianteira do setor. Segunda empresa em número de patentes requeridas no Brasil, a empresa acaba de lançar o Wisemotion, o primeiro compressor sem óleo, mais eficiente em consumo de energia e que promete ainda revolucionar o design das geladeiras.


Nem sempre foi assim. A Embraco foi fundada em Joinville (SC), em 1971, para produzir compressores com tecnologia europeia para as fábricas brasileiras de refrigeradores Brastemp e Consul. Em 1976, a dona da Brastemp, a Brasmotor, assumiu o controle da Consul e da Embraco, criando a Multibrás. Rapidamente a Embraco concluiu que seria apenas um fornecedor cativo do grupo se não conquistasse outros compradores e desenvolvesse suas próprias pesquisas. É a diferença entre know how e know why, explica o presidente da Embraco, Roberto Campos, que trabalha na empresa há 27 anos e passou por diversos setores da companhia.

Em 1997, a gigante americana de eletrodomésticos Whirlpool comprou o controle da Brasmotor e da Multibrás e, na virada do milênio, absorveu todas as ações do grupo brasileiro. A estratégia da Embraco foi preservada após a compra pela Whirlpool de modo que a empresa manteve a gestão independente e uma política de blindagem que garante o sigilo de informações, protegendo o seu negócio e o de seus clientes, inclusive de concorrentes da Whirlpool.

A preocupação em desenvolver seus próprios produtos garantiu o futuro da Embraco. Em busca de tecnologia na área de refrigeração, bateu na porta de centros de pesquisa brasileiros e encontrou boa receptividade na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de Florianópolis (SC), com a qual estabeleceu um convênio. O casamento já dura 32 anos e surpreende por envolver uma empresa privada e uma universidade pública, com apoio do governo por meio de mecanismos de financiamento como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).  

Como resultado do convênio, foi erguido um centro de pesquisa em refrigeração e termofísica Polo, de cinco andares, com recursos da Embraco, da UFSC e da Finep, para abrigar os pesquisadores envolvidos no projeto. São cerca de 200 pessoas entre professores, alunos, mestrandos e doutorandos cujos salários e benefícios são custeados parcialmente pela Embraco. Cerca de 60% dos profissionais de pesquisa e desenvolvimento da Embraco foram formados na UFSC, que também é fonte de mão de obra especializada de outras empresas brasileiras. 

Com o sucesso da parceria com a UFSC, a Embraco passou a fazer contato com dezenas de universidades nos Estados Unidos, Europa e Ásia para diferentes áreas como motores e válvulas, englobando cerca de 40 laboratórios. A empresa possui centro de pesquisa e desenvolvimento não só no Brasil, mas também na China e na Eslováquia, além de equipes de engenheiros na Itália e no México. No total, são 500 pessoas dedicadas à pesquisa e desenvolvimento, número equivalente a um quarto do pessoal administrativo empregado pela empresa no mundo todo.

Ruptura

Como resultado do investimento em pesquisa e desenvolvimento, já na década de 1980, a Embraco passou a utilizar em seus produtos gases refrigerantes alternativos aos clorofluorcarbonos (CFC), que não prejudicam a camada de ozônio. Ainda hoje, busca novas soluções de menor impacto ao ambiente, como os gases refrigerantes naturais, oferecendo soluções tanto para a refrigeração comercial, com o propano, como para a doméstica, com o isobutano. Esses gases, além de inofensivos à camada de ozônio, têm impacto praticamente nulo no aquecimento global. Usa ainda, há mais de 20 anos, sistemas com refrigerantes hidrocarbonetos que apresentam menor consumo energético quando comparados aos fluídos sintéticos. 

Em 1998, a Embraco lançou a primeira inovação significativa com o compressor de velocidade variável Fullmotion, um avanço em relação aos modelos de velocidade fixa então existentes, permitindo uma economia de até 40% de energia porque percebe automaticamente se o sistema está precisando de mais ou menos refrigeração, com melhor preservação dos alimentos e maior eficiência, evitando desperdício e reduzindo o ruído produzido. Isso é importante porque o gasto com refrigeração representa de 15% a 30% da conta de luz de uma residência. O Fullmotion também reduziu em até dois decibéis o ruído produzido pelo refrigerador. 


Desde o lançamento em 1998, mais de 11 milhões de compressores Fullmotion foram vendidos no mundo. A empresa estima que o Fullmotion possibilitou uma economia de 2,7 mil GWh, o equivalente ao consumo de energia elétrica da população de Roma, durante seis meses, em comparação com a tecnologia até então utilizada. Em 2013, a Embraco anunciou a ampliação em cerca de 140% da produção global da terceira geração de compressores desse tipo, com a ampliação das fábricas na Itália e na China para atendimento dos mercados europeus e asiáticos. 

No ano passado, mais um passo importante foi dado com o lançamento do Wisemotion, que é 15% ainda mais eficiente do que o Fullmotion em consumo de energia e Campos define como breakthrough por representar não apenas um aperfeiçoamento, mas uma verdadeira ruptura no setor. 

O Wisemotion dispensa o uso de óleo para a lubrificação, função que é desempenha pelo próprio gás refrigerante. Por não usar óleo, o compressor pode ser instalado dentro ou fora do sistema de refrigeração. Essa inovação permite a instalação do compressor em qualquer posição, dentro ou fora do sistema, dando liberdade total aos projetistas de geladeiras. Pelo mesmo motivo, o refrigerador pode ser transportado em qualquer posição, com implicações logísticas importantes. 

O novo compressor também é mais leve, exige metade da matéria-prima e 20% menos carga de gás refrigerante do que o modelo convencional, além de proporcionar variações mínimas de temperatura dentro do refrigerador, o que diminui o desperdício de alimentos. O compressor da Embraco pesa em média 5,8 quilos e já chegou a 7,2 quilos. Alguns dos aperfeiçoamentos introduzidos permitiram a redução do ruído produzido pelo equipamento em até 10 decibéis, o que amplia as possibilidades de colocação da geladeira em vários espaços da residência.


  
Sigilo

O Wisemotion levou dez anos para ser desenvolvido e foi resultado das pesquisas realizadas no Brasil, com a colaboração da Fisher & Paykel, empresa da Nova Zelândia que é cliente da Embraco desde 2005. Os últimos passos para que se tornasse uma realidade foram envoltos em austero sigilo. Quem tinha acesso ao projeto, assinava um termo de confidencialidade. Segundo Campos, o projeto envolveu cerca de 80 inovações – e, portanto, 80 pedidos de patentes – entre soluções, “sacadas”, componentes, sistemas e novos materiais. No total, a Embraco tem cerca de 1,5 mil patentes – é a segunda empresa brasileira em número de patentes depois da Petrobras. 

O novo compressor será produzido inicialmente no México e destinado ao mercado americano. No futuro, também será usado na refrigeração industrial. A Embraco possui também escritórios e fábrica na China, na Eslováquia e na Itália e escritório na Rússia. Somando todas as unidades, a empresa produz 37 milhões de compressores por ano, um quarto da produção global, vendidos em 80 países.
O modelo Fullmotion ganhou inovações também em 2014, com  versão VEGD, que consome menos 5% de energia que o antecessor (VEGZ) e menos 5 decibéis de ruído, e foi desenho para o mercado americano. Outro lançamento recente é o do FFU, produzido no Brasil e destinado ao uso comercial, compressor que pode ser usado em expositores verticais de bebidas, freezers horizontais com tampas de vidro ou sólidas, que trabalha com temperatura de -35º C a 0º C e economiza 9% de energia. Também na linha comercial, há o compressor NEU, fabricado na Eslováquia, que se caracteriza pela robustez. 

A Embraco não informa quanto investe em pesquisa e desenvolvimento, limitando-se a dizer que a quantia é equivalente a 3% a 4% da receita líquida anual. A empresa busca também estimular a inovação fora da empresa. Em 2013, patrocinou o projeto “Talentos Catarinenses”, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina (Fapesc) e a Whirlpool Latin America, permitindo que mestrandos e doutorandos desenvolvam teses dentro das empresas parceiras. 

Desde 2011, o Embraco Innovation Award incentiva estudantes e pesquisadores chineses a desenvolver soluções de refrigeração com alta eficiência energética. Na mais recente etapa, 57 projetos de estudantes e profissionais foram recebidos e, analisados por 30 especialistas, nenhum apresentou qualidade técnica suficiente para receber a premiação. Por isso, o valor do prêmio foi destinado ao desenvolvimento de protótipos e aperfeiçoamento de pesquisas.


De olho nas tendências

O planejamento tecnológico da Embraco também é um elemento importante para explicar o desenvolvimento do Wisemotion, que cai com uma luva na tendência atual de residências de área limitada e com espaços integrados, e com a crescente preocupação do consumidor com o uso racional dos recursos naturais como água e energia. 


A cada três anos, a empresa faz ampla pesquisa sobre todos os fatores que podem afetar o negócio de compressores, como a refrigeração e geração de frio, conforto das pessoas de um modo geral, incluindo o térmico, qualidade de vida, padrões de nível de ruído, tendência de consumo de energia, evolução do tamanho das moradias, hábitos de consumo, variação da renda, envelhecimento da população e evolução da educação, entre outras informações. 

Para isso são entrevistadas cerca de 500 pessoas, entre especialistas de diferentes áreas, clientes, clientes dos cliente, consumidores e competidores. As informações são analisadas com o objetivo de se identificar as principais tendências em um horizonte de cinco a dez anos. A Embraco avalia então como essas tendências influenciam o seu negócio, quais produtos podem atender a demanda, o que precisa ser desenvolvido, os conhecimentos que devem ser adquiridos para isso e os novos contratos que devem ser feitos. Nas palavras de Campos, todas as informações são colocadas em um grande funil, que vai direcionar o portfólio de projetos futuros. 

Entre os alvos de pesquisa da Embraco não escapa até o possível fim do próprio compressor, ou seja, sua substituição por uma eventual nova tecnologia, como o magnetocalórico, que usa o magnetismo para a refrigeração. Campos não considera o magnetocalórico uma ameaça real, mas acha que a Embraco tem que estar envolvida até no descobrimento de um eventual concorrente do compressor. 

Fonte: Harvard Business Review

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Estilos de Liderança

Você já analisou qual é o seu estilo de liderança e quais os resultados que ele traz para a organização na qual atua?

Segundo Daniel Goleman, renomado psicólogo e autor de vários livros que abordam a inteligência emocional, existem alguns tipos de liderança; sendo que, os melhores executivos os aplicam alternadamente de acordo com cada situação em que se encontram.


Para Goleman são seis os estilos de liderança que estão diretamente relacionados ao clima e ao desempenho organizacional: Despótico, Visionário, Agregador, Democrático, Agressivo e Conselheiro.


Para cada situação um estilo deverá ser aplicado, a fim de não causar impactos no clima:

Despótico:
Situação: crises, mudanças drásticas ou funcionários problemáticos.
Impacto no clima: negativo.


Visionário:
Situação: mudanças com uma nova visão ou definição de rumos mais definidos.
Impacto no clima: extremamente positivo.


Agregador:
Situação: solucionar problemas de relacionamento na equipe ou motivá-los em momentos estressantes.
Impacto no clima: positivo.


Democrático:
Situação: obter apoio, consenso ou obter subsídios de quem decide.
Impacto no clima: positivo.


Agressivo:
Situação: obter resultados rápidos de equipes performáticas.
Impacto no clima: negativo.


Conselheiro:
Situação: necessidade de apoiar as pessoas para que possam melhorar seu desempenho ou adquirir novas habilidades.
Impacto no clima: positivo.


Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey, são quatro as habilidades que tornam uma liderança eficaz: ajudar os outros, operar com uma forte orientação para resultados, buscar diferentes perspectivas e resolver problemas de forma eficaz. Ainda de acordo com o resultado da pesquisa, estas habilidades são responsáveis por 89% da eficácia da liderança.

Mas não desanime, os estilos de liderança não precisam ser natos; estas habilidades podem ser adquiridas. É claro que grande parte dos líderes não possuem todas elas. Elas podem ser adquiridas através de coach, trabalhando no desenvolvimento da inteligência emocional. Como alternativa, em paralelo, pode-se também ter uma equipe que mescle os quatro estilos que impactam positivamente no clima.


- Daniel Goleman, ph.D., é psicólogo formado pela Universidade de Harvard. Durante doze anos escreveu para o New York Times, sendo indicado duas vezes ao Prêmio Pulitzer. Foi cofundador de um grupo colaborativo que tem como missão ajudar as escolas a implementar aulas de inteligência emocional. Também é codiretor de um grupo que recomenda práticas de desenvolvimento de habilidade de inteligência emocional e promove pesquisas rigorosas sobre a contribuição da inteligência emocional ao desempenho no ambiente de trabalho. Dele, a Objetiva publicou Inteligência emocional, Trabalhando com a inteligência emocional, O cérebro e a inteligência emocional e Foco.

Fontes:

- Harvard Business Review - Liderança que traz resultados - http://www.hbrbr.com.br/index.php?codid=327
- Folha de São Paulo - Caderno Mercado 08/01/2015
Imagens:


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

KPIs - Como definir, medir e agir?

   
   Todo projeto visa gerar valor para a empresa e o alcance desse objetivo deve ser avaliado de forma transparente e completa.  O KPI - Indicador chave de desempenho (em inglês Key Performance Indicator KPI) é uma ferramenta de gestão para se realizar a medição e o consequente nível de desempenho e sucesso de uma organização ou de um determinado projeto, focando no “como” e indicando quão bem os processos/atividades dessa empresa estão, permitindo que seus objetivos sejam alcançados. Uma frase que é comumente atribuída a Peter Drucker é que “o que não é medido não pode ser gerenciado”. Esse é o espírito dos indicadores de desempenho: medir o que está sendo executado e gerenciá-lo de forma adequada para o atingimento das metas organizacionais ou departamentais propostas.

   Métricas de tempo e de custo por si só não serão mais suficientes para determinar o status do projeto e certamente não poderão nos dizer se o valor de negócio esperado será alcançado no final do projeto. Dito de forma simples, a complexidade dos projetos atuais e a capacidade de mudança dos requisitos do projeto ao longo do seu ciclo de vida, estão forçando-nos a olhar métricas adicionais.
Principais indicadores de desempenho (KPIs) são métricas que melhor descrevem o sucesso para alcançar seus objetivos.
  Precisamos pensar em KPIs como indicadores que usaremos para impulsionar o sucesso de sua iniciativa. Como medidores do painel em um carro, aonde ajuda o motorista a focar nas informações importantes, minimizando detalhes desnecessários, assim também deve ser o seu dashboard (KPI), ou seja, precisa mantê-lo concentrado sobre os números mais importantes.
  Apesar de sempre ler, escutar e presenciar na prática a busca por poucos indicadores pode ser necessário criar vários KPIs e dashboards de KPI para diferentes necessidades e funções, como um painel de alto nível para executivos e mais granular para gerentes ou coordenadores.
  No entanto, ao longo dos projetos que atuei e em troca de experiências com pessoas importantes no ramo, a fim de ter um significativo KPI, necessitamos criar menos indicadores (KPIs) e quanto mais simples for o manuseio, mais acionável será a informação e consequentemente aumenta a probabilidade de ações a serem tomadas com base nos indicadores. Retornando ao exemplo do painel do carro, nós poderíamos medir diversos fatores além dos que estamos habituados a medir atualmente, como a velocidade do vento contrário e atrito da estrada, mas se analisarmos seguindo o raciocínio exposto acima, uma métrica, velocidade, encapsula esses fatores bem o suficiente para tomar as medidas adequadas: se você está indo rápido demais, a fim de tirar o pé do acelerador ou se está indo muito lento, acelerar.

Como definir, medir e agir em KPIs:
  Tenho certeza de que existem pessoas com diferentes abordagens para definir, medir e agir os KPIs. Entretanto abordarei o que considero muito útil para atingirmos diferentes áreas:
KPIs Executivos
 São indicadores de características executivas, ou seja, de alto nível e são particularmente úteis para a comunicação com as partes interessadas e avaliação de sucesso global do projeto em questão. Eles não são, no entanto, particularmente acionáveis por si só. Por exemplo, eles não vão te dizer por que a receita aumentou. Para isso, você precisa KPIs mais granulares.

KPIs Gerenciais
 Definir KPIs granulares mapeados para o seu fluxo de usuário ou funil de vendas. Se feito corretamente, o seu fluxo de usuário deve descrever o cenário ideal para a forma como os usuários interagem com suas atividades. Por exemplo, ele deve descrever como os usuários se tornaram conscientes de sua marca através da publicidade; tornar-se interessado em sua oferta por assistir a um vídeo em sua página de destino. Cada atividade no fluxo de usuário tem seus próprios KPIs. Neste exemplo, os indicadores seriam: impressões, cliques, tempo gasto assistindo a um vídeo na página de destino. Estes KPIs mais granulares devem ser as melhores métricas para descrever o fluxo de usuários.

Configurar ferramentas analíticas para acompanhar KPIs
  Um dos itens mais importantes ao definir um indicador, pois os KPIs definidos devem ser rastreados, e isso normalmente requer a instalação e configuração de ferramentas de análises.

Acompanhamento dos KPIs
  Enquanto ferramentas de análise estão ficando cada vez mais sofisticadas, será necessário ter uma ferramenta que seja capaz de agregar as múltiplas fontes de dados a fim de criar um único repositório aonde consiga analisar em um único lugar os dados.

Armazenar, comparar e avaliar KPIs em intervalos regulares
  O armazenamento e em quais intervalos devem ser comparados os KPIs vai depender muito do objetivo e da relevância em avaliar os indicadores semanalmente, diário ou mensalmente. O importante aqui é a capacidade e a flexibilidade de poder avaliar quando necessário e obter a resposta no tempo hábil para tomada de decisão.

Tomar medidas e testar hipóteses
  Necessário analisar os KPIs levantando a hipótese sobre que otimizações poderiam melhorar seus resultados, em seguida, testar essas otimizações e avaliação dos resultados.
Aparentemente existe muito trabalho a ser executado para ter um KPI, mas tenha certeza que após ter definido e fazendo a análise do mesmo, verá que o processo vai ajudar a tomar decisões rapidamente e com um acerto muito maior do que fazia anteriormente.

Seguem outros exemplos de KPIs de acordo com a área de atuação:
·         KPIs em portfólio
·         KPIs em Gestão de Programas
·         KPIs em Gestão de Projetos
·         KPIs em Customer Relationship
·         KPIs em produtividade Pessoal
  
Por fim faça a seguinte pergunta: Para onde queremos ir no futuro? Pois as bases do futuro são construídas no presente, ou seja, para alcançarmos os objetivos necessitamos conhecer profundamente o que estamos gerando e como podemos melhorar nossa eficiência através da análise comparativa dos dados gerados.